Dissemos, anteriormente, que os documentos são fontes de pesquisa. Vimos, naquela ocasião, que um dos tratamentos possíveis é quantitativo.
Aqui veremos outra possibilidade. Documentos são um dos meios hábeis a se chegar aos dados, sobretudo, no que concerne ao desenvolvimento dos indivíduos, grupos, conceitos, conhecimentos e comportamentos que foram registrados.
Para aqueles que o produzem, os documentos são uma parte de sua atividade, um fragmento de seu cotidiano. Para cientistas, os documentos são uma chave importante para que possamos conhecer não apenas a prática daqueles atores; permite que façamos inferências sobre diálogos com outros documentos, contextos, dentre outros.
Representam uma possibilidade de acesso a um universo que se deseja investigar. Torna-se um método interessante à medida em que a análise documental permite o acesso a informações, por um lado e, por outro, é considerada um tanto mais objetiva — em relação às entrevistas e etnografias, por exemplo — porque seria um instrumento que sofre menos com a influência do pesquisador.
Sua materialidade garante, para alguns, que o investigador não o domine. Assim, haveria uma moldura que circunscreveria a atuação do pesquisador, ditada pelos vestígios que precisam ser investigados. Os documentos são fontes com grandes potenciais de descoberta, mas a sua utilização requer cuidados.
Antes de iniciar uma investigação, é preciso ter em mente, primeiramente, uma definição do que seja documento. Jornais e revistas são tão documentais quanto acórdãos? Além disso, é preciso lembrar que há uma distinção de abordagem: o que difere uma pesquisa documental de caráter quantitativo de uma análise documental qualitativa?