Os arquivos agregam um conjunto de documentos que são organizados pelas informações contidas e transformam-se em acervos. Assim, a noção de arquivo circunscreve o conteúdo de um acervo, ao passo que o documento, histórico, administrativo ou artístico, o constitui.
Nesta ambientação, há muitas fontes para o desenvolvimento de um tra-balho acadêmico que podem e precisam ser escarafunchadas, investigadas e destrinchadas.
Este não é apenas um trabalho do historiador, outros pesquisadores também utilizam arquivos. Tradicionalmente, o pesquisador, no exercício de seu ofício, pode utilizar uma grande variedade de fontes, de acordo com o recorte de seu objeto.
Cartas, diários, obras literárias, musicais e cinematográficas, fotografias, depoimentos orais, discursos políticos, revistas, jornais, processos judiciais, legislações, testamentos, inventários, registros civis e paroquiais são exemplos de fontes, que, geral, são abrigadas em arquivos e catalogadas segundo suas características singulares.
Alguns paradigmas são rompidos com as pesquisas. Pensa-se, por exemplo, que hoje o judiciário possui um papel central no acolhimento de reivindicações sociais, mas a informação dos arquivos nos avisa que este papel já foi exercido antes, como nas ações de liberdade de alguns escravos.
A historiadora Keila Grinberg, por meio de pesquisas arquivísticas, descobriu que no século XIX existiam reivindicações judiciais de alguns escravos contra seus respectivos donos, seja para angariar liberdade, seja para conquistar outro direito.
Feitas essas considerações, formula-se um problema: por que investigar a história das instituições jurídicas lança luzes para a compreensão do passado? Ao escolher as fontes mais pertinentes para o desenvolvimento de uma pesquisa, é preciso refletir sobre a aplicação de procedimentos capazes de capturar sua especificidade, para garantir o pleno acesso às informações ne-las contidas. Assim, a análise de uma fotografia requer um trato e um olhar distintos daqueles demandados para a compreensão de um processo criminal, por exemplo.
A metodologia é justamente o conjunto de procedimentos atentos às peculiaridades das fontes e de suas condições materiais que habilitam o pesquisador a lidar, devidamente, com a diversidade desses suportes.