A história oral é um caminho de pesquisa qualitativa que amplia o acesso às informações do passado recente. Este método se constitui por um conjunto de depoimentos gravados, registrados e organizados.
A história oral distingue-se por privilegiar a recuperação do vivido de acordo com a memória e a narrativa de quem o viveu. Assim, busca-se a experiência histórica do entrevistado, sua leitura presente do passado, indo além da identificação e da cronologia dos acontecimentos, para sondar o modo como eles foram percebidos. Por isso, estão em jogo formas de elaboração do real e projetos de significação do passado.
Supondo-se que um pesquisador almeje compreender os debates da Constituinte de 1987, uma opção de investigação seria elencar como fonte os anais oficiais do Congresso. Entretanto, caso se pretenda examinar as demandas dos grupos sem representação política, a documentação oficial se revela insuficiente. Deste modo, a história oral se apresenta como uma fonte de acesso às reivindicações desses segmentos da sociedade e às suas interpretações acerca do processo constituinte. Esta fonte-método-técnica de pesquisa requer alguns cuidados: não basta apenas elaborar perguntas e gravar uma entrevista com os sujeitos interessados, pois o manuseio das informações coletadas precisa estar encadeado com o contexto da investigação.